Maternal Gatekeeping: O Papel do Pai na Criação dos Filhos (2023)

A gatekeeping materna é um fenômeno que ocorre quando a mãe impede o pai de se envolver no cuidado do filho. Esse comportamento é mais comum em parcerias anteriormente estáveis do que em mães solteiras. Muitas vezes, a mãe adota esse comportamento quando o relacionamento se transforma em uma dinâmica familiar de três pessoas. Ela se dedica inteiramente ao papel de mãe e exclui o pai de qualquer envolvimento com a criança. A mãe deseja controlar a relação entre o pai e o filho, o que dificulta o estabelecimento de um vínculo entre eles.

Até certo ponto, é normal que a mãe se preocupe muito com o bem-estar do filho e acredite que sabe o que é melhor para ele, mais do que o pai. Isso pode ser especialmente verdade nas primeiras semanas após o nascimento, quando a rotina com o bebê ainda está se estabelecendo. No entanto, quando esse comportamento se torna mais acentuado, há o risco de a mãe se tornar uma "porteira materna".

Estudos psicológicos realizados na Brigham Young University, nos Estados Unidos, e em outros lugares mostraram que cerca de 20 a 25% das mulheres casadas apresentam esse comportamento em relação ao parceiro. Essas mulheres geralmente têm baixa autoestima e adotam uma postura tradicional de gênero. Elas compensam a falta de autoconfiança por meio de um vínculo materno-criança extremamente próximo. Isso leva a um desejo de controlar o pai, pois a construção de um vínculo paterno também ameaçaria a autoestima da mãe. Ela precisa do filho para se sentir valorizada e encontra toda a sua competência no papel de mãe.

Em casos extremos, a mãe pode retratar o pai como um fracasso. Ela nega qualquer habilidade dele em lidar com a criança e cria situações exageradas nas quais ele realmente tem dificuldade. Isso reforça a crença da mãe de que apenas ela sabe o que é melhor para a criança e como lidar com ela. Em alguns casos, ela pode até privar o pai do contato com o filho.

Outra possível causa desse comportamento pode estar na infância da mãe. Se ela teve uma mãe que agia dessa maneira, é provável que ela adote o mesmo comportamento quando tem um filho.

Esse comportamento da mãe tem consequências significativas para o pai e a criança. As exigências da mãe são altas, ela não confia no pai para assumir responsabilidades e controla tudo o que diz respeito à criança. Muitos homens reagem a isso com resignação e afastamento. Como resultado, a criança não pode experimentar uma vida familiar harmoniosa. Ela não conhece um pai amoroso e cuidadoso. Além disso, a criança percebe que, aos olhos da mãe, com quem tem um vínculo estreito, o pai sempre faz tudo errado. Consequentemente, ela não vê o pai como uma figura de respeito ou confiança. Ela só pode se orientar pela mãe, e o relacionamento com o pai fica prejudicado. A criança também não aprende como um relacionamento de parceria deve funcionar, o que pode levar a problemas de relacionamento no futuro.

Diante dessa situação desafiadora, o que o pai pode fazer? A gatekeeping materna apresenta um desafio para os pais. A parceira constantemente critica e insiste em desempenhar o papel de mãe sozinha, pois acredita que o pai não é capaz. Como o pai pode saber que talvez ela não se sinta confortável nesse papel ou que seu comportamento defensivo seja resultado de baixa autoestima?

Outro problema é que as mães geralmente acreditam que estão certas. É difícil mostrar a elas as consequências de seu comportamento, especialmente em relação à criança. O que o pai pode fazer depende do quão acentuado é o comportamento de "porteira" da mãe.

Se os primeiros sinais desse comportamento estiverem aparecendo, ainda há chances de iniciar uma conversa. No entanto, é importante evitar fazer acusações, pois isso pode levar a um impasse. É fundamental mostrar à mãe que ela é uma parceira valiosa e uma pessoa importante. Sugestões positivas que reconheçam os esforços dela em relação à criança também podem ajudar. Por exemplo, o pai pode sugerir que ela faça algo sozinha ou com amigos, pois ela merece um tempo para si mesma. Se ela concordar, isso terá a vantagem de não prejudicar a confiança dela no pai e permitirá que ele passe um tempo com a criança. Assim, ele terá um argumento se sua competência for questionada.

Se a situação já estiver mais acentuada, muitas vezes só a ajuda profissional pode resolver. No entanto, isso só é possível se ambos os parceiros estiverem dispostos. A mãe precisa reconhecer que também precisa de ajuda e que o pai não é o único culpado. Se a mãe se recusar a considerar uma terapia de casal, o pai pode considerar uma terapia individual. Lá, ele pode aprender como fortalecer sua própria posição.

Medidas mais drásticas devem ser consideradas apenas como último recurso. Como as crianças têm o direito de ter os dois pais presentes em suas vidas, os pais afetados podem procurar o departamento de assistência social. Profissionais competentes lidarão com o problema, fornecerão orientação e avaliarão a situação familiar. Se necessário, medidas adicionais podem ser tomadas para garantir o direito de visita do pai, que a mãe deve respeitar. Embora isso possa prejudicar o relacionamento entre os parceiros, a criança pode se beneficiar dessa intervenção.

Em resumo, a gatekeeping materna é um fenômeno que pode ter consequências significativas para o pai e a criança. É importante que o pai tente abordar a situação de forma respeitosa e construtiva, mostrando à mãe que ela é valorizada e reconhecendo seus esforços. Se a situação se tornar insustentável, a ajuda profissional pode ser necessária. O objetivo final deve ser garantir o bem-estar da criança e promover um ambiente familiar saudável e equilibrado.

*Este artigo foi escrito com base em pesquisas e estudos sobre o tema.

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Author: Arielle Torp

Last Updated: 27/09/2023

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